segunda-feira, julho 20, 2015

Libertadores 2015: Inter x Tigres 2-1

Inter x Tigres 2-1
Libertadores 2015
Semifinal
Beira-Rio
15 de julho de 2015

gols: D'Alessandro, Valdívia, Ayala


Inter no 4-2-3-1:
Alisson 7 - Uma excepcional defesa com o pé em finalização cruzada de Rafael Sóbis e outra defesa importante em tiro forte, embora mal colocado, de Gignac. Bastante seguro nas bolas altas e reposições.
Willian 5,5 - Sofreu bastante com o ataque mexicano, tendo sido envolvido em pelo menos três jogadas no primeiro tempo. Na fase ofensiva, foi um bom assessor de D'Alessandro nas jogadas pela ponta direita, mas sem sucesso nos cruzamentos. 

Alan Costa 5 - Péssimo no homem a homem, melhor como rebatedor. Acertou um chute na canela de Aquino dentro da área, mas em lance que passou batido pela arbitragem, talvez pelo exagero da cena feita pelo atacante mexicano.
Ernando 6 - Afastou bem várias bolas da área e imediações, mas embora não tenha cometido erros técnicos grosseiros como o companheiro de zaga, não conseguiu lembrar Juan no posicionamento e interceptações, especialmente nos lances que terminaram com defesas de Alisson. Cresceu no segundo tempo, justificando a nota suficiente.

Geferson 5 - Se por um lado não sofreu tanto com Jurgen Damm quanto Willian com Aquino, por outro foi quase inexistente no apoio e na ação ofensiva. Assim como o colega da outra lateral, teve um segundo tempo mais tranquilo na defesa, mas igualmente ruim no ataque.
Rodrigo Dourado 6,5 - Primeiro tempo de altos e baixos, em que tecnicamente foi bem mas teve dificuldades de posicionamento, inclusive no lance que proporcionou a Rafael Sóbis uma chance claríssima de empate. Segundo tempo exuberante na contenção dos contra-ataques mexicanos.
Aránguiz 6 - Fez uma partida operária, com muita dedicação à marcação e praticamente sem erros de passes, mas pouco brilhante. Participou muito bem do início da jogada do segundo gol.
D'Alessandro 7 - Apesar da quantidade de erros de passe acima do seu normal, fez o primeiro gol numa bela e precisa finalização rasteira de fora da área e participou de todas as poucas ações ofensivas importantes do Inter. Caiu de rendimento no segundo tempo e não teve boa participação nas bolas paradas.
Lisandro López 5,5 - Jogando ora junto com Nilmar ora no centro da linha de três meias, teve mais um jogo de muita movimentação, raça e combatividade, mas com produtividade ofensiva quase nula. Merece meio ponto a mais pelo lance que provocou o segundo amarelo do zagueiro Ayala.
Valdívia 7 - Primeiro quarto de jogo em altíssima rotação e um gol importante, bem ao seu estilo, ainda que com a contribuição do desvio involuntário de Ayala. No restante do jogo, pouco sucesso na jogada individual.
Nilmar 5,5 - Sua partida se resume à boa movimentação no primeiro tempo e às participações nos dois gols, primeiro desviando recuo de Arévalo, depois recebendo em velocidade pelo meio até ser desarmado e a bola cair no pé de Valdívia. Caiu muito no segundo tempo e foi substituído relativamente cedo, provavelmente em função de condições físicas ainda não ideais, após retorno do enésimo afastamento por lesão.

substitutos:

Eduardo Sasha 5,5 - Ainda fora de suas melhores condições, tentou dar mais ímpeto ao ataque colorado, entrando no lugar de Nilmar, mas com pouco sucesso.

Rafael Moura s.n. - Entrou no lugar de Valdívia, tendo jogado pouco tempo e não conseguindo participar destacadamente de nenhuma ação.

treinador:
Diego Aguirre 5,5 - Suspenso, assistiu a partida dos camarotes, deixando o comando para Henrique Carreras. Nos 10 primeiros minutos, o Inter teve 90% de posse de bola, pressão, e duas finalizações na rede, embora apenas uma boa jogada de ataque realmente construída. Mas quando o Tigres passou pela primeira vez do meio campo, com bola dominada, o jogo já estava 2x0. O Inter está se especializando em conseguir gols no início das suas partidas decisivas, pois também foi assim contra La U, na final do Gauchão, nas duas contra o Atlético e no jogo de volta contra o Santa Fé. Erros dos adversários e pequenos desvios nos defensores ajudam, mas fica cada vez mais claro que isso não é mera coincidência ou circunstancialidade, e sim resultado de uma marcação adiantada e muito intensa. Porém, a partir dos 15 minutos seu time foi taticamente suplantado pelo adversário. O Inter passou a ter muita dificuldade na saída de bola, só conseguindo construir mais um único bom ataque em todo o resto do primeiro tempo e sofrendo com contra-ataques originados de bolas perdidas no meio. Defensivamente, o time ficou muito pouco compactado e ofereceu muitos espaços. Os zagueiros tiveram suas fragilidades técnicas expostas e assim o Tigre conquistou escanteios e criou três oportunidades claríssimas de gol, duas defendidas in extremis por Alisson e uma que terminou um lance de suspeito pênalti não marcado. O apito de fim do primeiro tempo foi uma espécie de gongo salvador. Mas ao contrário do que ocorrera no jogo de volta contra o Santa Fé, Aguirre não alterou a postura do time no intervalo, e na retomada do jogo, o time dava sinais de estar com os mesmos problemas do primeiro tempo. Quando o Tigres perdeu um jogador expulso a 10' do segundo tempo e posicionou-se mais cauteloso num recuado 4-4-1, Aguirre foi econômico e conservador nas alterações de jogadores e não achou solução tática/estratégica que fosse capaz de mudar o cenário da magra e instável vitória.

Para o jogo de volta, suponho que Aguirre vá manter o esquema e escalação, com a entrada de Juan. Talvez, Sasha comece no lugar de Valdívia, como ocorrera contra o Santa Fé. Acho menos provável que ele saque Lisandro e escale a dupla Valdivia e Sasha aberta pelos lados e centralize D'Ale. O lateral esquerdo do Tigres foi muito mal no Beira-Rio e se mostrou um jogador pouco afeito ao apoio, de modo que por ali D'Ale não teria tanto trabalho na marcação. Lisandro faz melhor o papel de pressionar a saída adversária e por isso acho que terá a preferência de Aguirre, ainda que Sasha também possa fazer esse papel pelo centro da linha de 3. O maior destaque do Tigres foi Sóbis, jogando justamente nessa posição central da linha de três meias, ainda que com frequente movimentação em diagonal para as laterais. Eu gostaria de ver Sasha e Valdívia juntos, com D'Ale centralizado. As melhores atuações do Inter foram assim. Lisandro pode ter uma importância tática considerável, mas está contribuindo muito pouco ofensivamente. E ainda deixaria o inseguro Geferson no banco, deixando Ernando fixo na lateral esquerda e cogitaria escalar Réver - se tivese condições físicas - para cuidar de Gignac, que sabidamente é muito forte no jogo aéreo. O mais importante, no entanto, é o Inter recuperar a compactação na fase defensiva do jogo.

Sem comentários: