domingo, fevereiro 17, 2013

CAN 2013: final

NIGÉRIA x BURKINA FASO 1-0

Mba 40'




Nigéria: Enyeama 7, Ambrose 6 , Omeruo 7, Oboabona 6 e Echiejile 6 (Oshaniwa 5); Moses 7, Onazi 6,  Mikel 6 e Mba 7 (Yobo s.n.); Uche 4 (Musa 5) e Ideye 6.

Burkina FasoDaouda Diakité 6, Koffi 5, Bakary Koné 5, Keba Paul Coulibaly 4 (Dagano sn) e Panandetiguiri 3; Rouamba 6 (Sanou 5) e Djakaridja Koné 5 (Razack sn); Pitroipa 5, Kaboré 7 e Nakoulma 5;  Bancé 5. 

Nota do jogo: 6

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

CAN 2013: análise das semifinais

MALI x NIGÉRIA 1-4

Echiejile 25', Ideye 30', Emenike 44', Musa 60', Fantamady 75'

Minha expectativa por um jogo equilibrado e de poucos gols, definido numa prorrogação, dissipou-se na primeira meia hora de partida. Embora o Mali tenha partido melhor, tomando a iniciativa do jogo e tentando impor um ritmo mais rápido do que nas apresentações anteriores, foi a Nigéria que abriu vantagem com dois gols em 5 minutos, com duas jogadas rápidas e de profundidade pelo lado direito de seu ataque. No primeiro gol, grande jogada de Moses sobre Tamboura, cruzamento certeiro no segundo pau e escorada de peixinho do lateral esquerdo Echiejile, que aparece sozinho metros à frente de seu desatento marcador, Maiga. No segundo, moses lança Emenike em velocidade às costas de Tamboura, cruzamento rasteiro e Ideye, meio embolado com a zaga, escora para as redes. Os gols abateram demais o ânimo malinês e a Nigéria tomou conta do jogo. Esperanças de Mali definitivamente sepultadas quando Emenike fez mais um gol de falta mal cobrada, desta vez desviada na barreira.  Keshi troca Moses - grande destaque da partida - por Musa ainda no inicio do segundo tempo e é brindado por mais um gol em velocidade às costas de Tamboura (de boa atuação ofensiva), em lançamento rasteiro preciso de John Obi Mikel. As mexidas de Mali melhoraram bastante a equipe, que fez um gol e criou mais algumas boas chances, mas já contra uma Nigéria relaxada e apenas especulativa no contra-ataque. 

No plano tático, o Mali, com Samba Diakité contundido, optou por um 4-4-1-1 com Keita ligando meio e ataque. Mas seus jogadores de flanco, Maiga e M. Traoré pouco sucesso tiveram contra seus marcadores e Keita acabou ficando bloqueado entre os volantes e a linha de zaga. Sissoko ficou mais retido à frente da zaga e coube a K. Traoré, de boa atuação até a debacle da equipe, o comando da armação de jogo. Pelo outro lado, o que se viu foi uma Nigéria novamente muito rápida e determinada, num misto de 4-4-2 com 4-2-3-1, com o centroavante Emenike ocupando o flanco direito na primeira linha de marcação com Mba e Moses, mas acompanhando Ideye à frente nas ações ofensivas. Mantido titular mesmo após o cumprimento da suspenação por Ogude, Onazi esteve muito forte na marcação, deixando o centro nervoso das manobras com Mikel em posição mais baixa e Mba e Moses na ligação com o ataque. Determinante a maior presença ofensiva do lateral Echiejile. Com a saída de Moses, Musa entrou como ponta-direita, passando o time para um 4-3-3, com Ideye pela esquerda. Cresce muito o time de Keshi, o treinador que promoveu uma renovação na seleção e que parecia não ter convicação na formação tática e escalação, alteradas jogo a jogo. Mas, o que se nota agora, é que Keshi tem um plantel capaz de lhe oferecer variações táticas importantes dentro de uma mesma partidas, adaptando-se ao modo de jogar do adversário.

Mali: Samassa 6, Diawara 4, Wague 4, N'Diaye 4 e Tamboura 4; Maiga 4 (Fantamady 7), Sissoko 5,  (Diabaté 7), K. Traoré 5 e M. Traoré 5 (Sow 5); Keita 5 e Samassa 5. 

Nigéria: Enyeama 6, Ambrose 6 (Yobo s.n.), Omeruo 6, Oboabona 6 e Echiejile 7; Moses 8 (Musa 7), Onazi 7,  Mikel 7 e Mba 6; Emenike 7, Ideye 7 (Uzoenyi s.n). 

Nota do jogo: 7

-------------------------------------------------------------------------------------------------------


BURKINA FASO x GHANA *1-1 (3-2 nos pênaltis)

Wakaso 13' (P), Bancé 60'

Ghana mandou a campo Wakaso no lugar de Adomah, mas centralizado logo atrás de Gyan, com Asamoah e Atsu, em nova boa atuação, nos flancos. Mas isso durou apenas dez minutos, pois com a contusão de Pantsill, James Appiah promoveu a entrada do winger direito Asante, deslocando o juventino Asamoah para a lateral-esquerda e Afful trocando de lado na linha defensiva. Não sei quais opções estavam disponíveis ao treinador ganês, mas o fato é que toda essa mexida foi prejudicial à sua equipe, pois embora Asante tenha jogado bem, Kwadwo Asamoah é um jogador muito precioso para ficar distante do centro do jogo e com atenção defensiva redobrada, já que o winger direito de Burkina - Nakoulma - é um jogador muito rápido e agudo. Burkina veio reforçada no meio com a presença do bom marcador Rouamba, adiantando Kaboré para o centro da linha de 3 meias, onde passou os 90' comandando toda a manobra ofensiva dos Garanhões. Após boa atuação no jogo anterior, Nakoulma foi confirmado entre os titulares, mas pela direita, deixando Pitroipa aberto pela esquerda. O comando de ataque foi dado ao folclórico Bancé, substituindo o vetereano ex-capitão Dagano, que no jogo anterior confirmara sua má forma técnica. E foram Pitroipa e Bancé as figuras mais importantes do jogo. Após tomar um gol em cobrança de pênalti só visto pelo péssimo árbitro tunisino, Burkina passou a dominar as ações. Mesmo com Ghana levando perigo em várias oportunidades, especialmente em jogadas de Atsu e Gyan, Burkina sempre esteve mais perto do gol. O grandalhão Bancé desperdiçava inúmeras oportunidades criadas pela forte meia-cancha burquinabê, algumas por falta de sorte, mas muitas por incompetência técnica. Mas foi justamente Bancé que empatou o jogo após roubada de bola de Rouamba no campo de ataque e assistência de Kaboré, pescando-o sozinho entre a dupla de zaga de Ghana, surpreendida pelo erro de Badu na saída de bola. À medida que o tempo passava, Ghana decaía nitidamente na condição física e Burkina pressionava. Na prorrogação, Nakoulma encobre Douda após disputa corpo a corpo com Asamoah, mas vê seu gol anulado pelo o árbitro Jedidi Slim, que viu uma polêmica falta do atacante. Faltando minutos para o fim, Pitroipa invade a área em velocidade e é clamorosamente derrubado por trás. Mas Slim não apenas ignora a falta como dá o segundo amarelo a Pitroipa, excluindo-o não só da partida, como da grande final. Desconsolado, sentado no túnel, o ao habilidoso e ágil atacante do Rennes vê seu país entrar para a história, ao bater Ghana nas decisão por penaltis. 

Burkina FasoDaouda Diakité 6, Koffi 6 (Henri Traoré 6), Bakary Koné 7, Keba Paul Coulibaly 6 e Panandetiguiri 4; Rouamba 7 e Djakaridja Koné 6; Pitroipa 7, Kaboré 8 e Nakoulma 6;  Bancé 6.   


Ghana: Dauda 7, Pantsill s.n. (Asante 6), Boye 5, Vorsah 5 e Afful 4; Badu 5 e Rabiu 5 (Derek Boateng 5); Atsu 7, K. Asamoah 6 e Wakaso 6 (Clottey 5); A. Gyan 6.

Nota do jogo:8

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Palpite para a final:
Chegaram à final dois times que baseiam seu jogo muito mais num coletivo forte e boa preparação mental e atlética do que nos destaques técnicos individuais. Tenho impressão que os treinadores Keshi e Put realmente fizeram dois grandes trabalhos. Apenas 12 meses atrás, na CAN 2012, o mesmíssimo time-base deste ano* -  e ainda com Dagano em melhor fase e Alain Traoré jogando todas as partidas,  foi eliminada na primeira fase, com três derrotas para Angola, Sudão e Costa do Marfim, sob comando do português Paulo Jorge. Agora, sem seu craque contundido e com Pitroipa injustamente suspenso, os Garanhões precisarão de um milagre para superar as Super Águias de Keshi. O ex-zagueiro da Copa de 94 e campeão da CAN 94 está prestes a se tornar uma lenda viva do futebol do seu país, com um improvável título a ser vencido por uma equipe renovada e muito criticada antes do torneio, mas que chega à final com muita confiança. Cabe lembrar que as duas equipes se enfrentaram na primeira rodada da CAN 2013, em que Nigéria começou melhor e Burkina buscou um merecido empate no segundo tempo. Naquele jogo, Alain Traoré, que vinha de lesão, entrou no segundo tempo e mudou a cara do jogo, empatando ele mesmo a partida após grande jogada de Pitroipa. Mas os destaques dos Garanhões não estarão em campo desta vez e a Nigéria cresceu muito desde a estréia. Nigéria 2x1, mas minha torcida ficará com Burkina.


* Diakité, Koffi, Bacary Koné, Tall e Keba Coulibaly (Panandetiguiri), Djakaridja Koné e Rouamba (Keré); Kaboré (Nakoulma), Alain Traoré e Pitroipa; Dagano (Bancé). Como se vê, basicamente apenas Tall e Keré não estão mais naquele grupo de 15 ou 16 jogadores que costumam se alternar entre titulares e substituitos principais ao longo da competição.


CAN 2013: palpitão das semifinais


Dos quatro jogos das quartas, acertei na mosca os placares dos jogos do sábado e inverti os resultados das partidas do domingo. Mesmo assim, vou seguir dando meus pitacos:

Mali x Nigéria: jogo deverá ser muito equilibrado e de poucos gols. Mali chegou à Africa do Sul como candidato a finalista e Nigéria sob suspeitas, mas ambos se classificaram a avançaram aos trancos e barrancos, sem convencer ninguém. Mali em tese é melhor time, mas as Super Águias estão em crescimento, especialmente na questão anímica. Torço para Mali, mas acho que dá Nigéria 2-1.

Ghana x Burkina Faso: com Alain Traoré não hesitaria em dar o favoritismo à Burkina. Sem ele, achei que não passariam do Togo, mas o ótimo trabalho coletivo montado por Paul Put dá aos "Etalions" uma chance de engrossarem o jogo com Ghana. Por sua vez, as Estrelas Negras tem um miaor número de jogadores qualificados e um conjunto relativamente sólido. Aposto na tradição de Ghana: 2-0.

sábado, fevereiro 02, 2013

CAN 2013: análise das quartas-de-final


GHANA x CABO VERDE 2-0
Wakaso 54' (p) e 95'

Partida bem jogada, ainda que um pouco monótona no primeiro tempo, em que Ghana teve quase 70% de posse de bola e Cabo Verde um pouco mais de perigo nos contra-ataques. Segundo tempo muito movimentado, com Ghana abrindo o placar num pênalti discutível, numa fase da partida em que Cabo Verde jogava melhor. A contusão de bom Ryan Mendes, que não fazia um jogo tão bom quanto os anteriores, acabou sendo positiva, pois seu substituto - Luís "Platini" Soares - deu velocidade e nova dinâmica aos Tubarões. Os bons meio-campistas de Ghana não conseguiram se impor e Cabo Verde parecia ter 12 em campo. Mas a forte pressão caboverdiana esbarrou nas mãos do goleiro Daouda, que apesar de sair mal do gol em duas oportunidades, fez grandes defesas em chutes de média e longa distância. Uma arbitragem muito simpática a Ghana também prejudicou um pouco os valentes caboverdianos, que sempre bem postados em campo, brigaram até o último minuto. O segundo gol veio justamente aos 49', após rebote de escanteio em que Cabo Verde ficou sem goleiro, que havia subido para tentar cabeceio. O placar foi digno da diferença de hierarquia entre as seleções, mas não refletiu o enfrentamento parelho e menos ainda a maior quantidade de chances de gol criadas pelos novatos e supreendentes caboverdianos.

Ghana: Daouda 7, Pantsill 5, Boye 5, Vorsah 6 e Afful 6; Badu 5 e Rabiu 5; Adomah 4 (Wakaso 6), K. Asamoah 5 e Atsu 5 (Asante 5); A. Gyan 6.

Cabo Verde: Vozinha 5, Carlitos 7, F. Varela 6, Nando 7 e Nivaldo 5; Marcos Soares 5, T. Varela 5 (Djaniny 6) e Babanco 6; Heldon 5, Julio Tavares 6 (Rambé s.n.) e Ryan Mendes 5 (Platini 6).

Nota do jogo: 7
----------------------------------------------------------------------------------------------------------

AFRICA DO SUL x MALI 1-1* (1-3 nos pênaltis)

Rantie 31', Keita 58'

Com Furman jogando atrás de uma linha de 4 meias e Rantie muito movediço no centro do ataque, os Bafana Bafana dominaram amplamente as ações do primeiro tempo. O mesmo 4-1-4-1 de Mali deu enormes espaços aos internos Lestsholonyane e Mahlangu, que foram os organizadores de todas as boas jogadas ofensivas da Africa do Sul, como a do gol, em que Rantie aproveitou uma chute errado de Parker. Quando Samba Diakité saiu por contusão, Patrice Carteron alterou o esquema para um 4-2-3-1, com Sow e Sissoko na meia defensiva, mas sem sucesso na contenção do ímpeto sul-africano. Mali voltou mais bem postado no segundo tempo empatou o jogo em cruzamento de Samassa aberto na esquerda para cabeçada de Keita, mais uma vez dono do time e decisivo. A partida seguiu com os donos da casa mais impetuosos, mas com Mali controlando o jogo bem melhor do que no primeiro tempo. Os ritmos caíram na prorrogação, bastante equilibrada. Na decisão por pênaltis, Diakité, que jogou por conta da suspensão do titular Soulama, mostrou ser um bom pegador de cobranças.

Africa do Sul: Khune 6, Gaxa 4, Sangweni 6, Khumalo 5 e Masilela 5; Furman 7; Phala 5 (Serero 6), Lestholonyane 7, Mahlangu 7 e Parker 5 (Tshabalala 5);  Rantie 6 (Majoro 5) .

Mali: So. Diakité 6, Diawara 5, Wague 6, A. Coulibaly 5 e Tamboura 6; Sissoko 4, Sa. Diakité s.n. (S. Diarra 5), Sow 5, Keita 7 e Maiga 6; Samassa 6 (Diabaté 4). 

Nota do jogo: 7
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

COSTA DO MARFIM x NIGÉRIA 1-2

Emenike 43', Tioté 50', Mba 78'

Se olhássemos apenas para o histórico destas duas potências do futebol africano, soaria como uma blasfêmia a afirmação de que esta foi a maior zebra da CAN 2013. O fato é que Costa do Marfim estava invicta a 26 partidas (3 anos) contra seleções africanas, sobrou na primeira fase e tem um plantel capaz de montar dois times que disputariam classificação para uma Copa do Mundo, enquanto a Nigéria sofre com uma renovação de elenco e muda a escalação a cada jogo, atrás de uma formação ideal que teima em não aparecer. Mesmo com a volta de Drogba de volta ao time titular, os ivorianos não conseguiram fazer sua técnica superior sobrepujar o sistema defensivo de uma Nigéria muito mais aguerrida e concentrada. As Super Águias, desfalcadas do bom volante Ogude e com uma estranha disposição tática em que o pesado centroavante Emenike teve de jogar pelo flanco, teve como destaques Victor Moses e, principalmente o desconhecido meia Mba, que aos 24 anos ainda joga no futebol local.  Pouco foi criado por ambas equipes na primeira etapa, mas a sorte brindou a Nigéria com um gol de falta em que o goleiro Copa Barry cometeu grave falha. Os Elefantes voltam bem melhor na segunda etapa, empatam a partida e criam mais algumas ocasiões, mais aos poucos voltam àquele futebol letárgico e um tanto quanto soberbo, repetidamente mostrado ao longos dos últimos anos. Foram punidos por outro lance de sorte dos nigerianos, quando Mba fez grande jogada indiviadual e teve seu chute desviado nas costas de Bamba, enforcando Copa Barry.  Deve-se parabenizar o time de Stephen Keshi, mas a Costa do Marfim tropeçou nas próprias pernas.

Costa do Marfim: Barry 4, Eboué 6, Zokora 6, Bamba 6 e Tiéné 5; Romaric 4 (L. Traore 5) e Tioté 7; Kalou 5 (Gradel 5), Yaya Touré 5 e Gervinho 5; Drogba 6

Nigéria: Enyeama 6, Ambrose 5, Omeruo 6, Oboabona 5 e Echiejile 6; Onazi 6 e Mikel 6; Emenike 6, Mba 8 e Moses 7 (Yobo s.n.); Ideye 5. 

Nota do jogo: 7

-------------------------------------------------------------------------------------------------------


BURKINA FASO x TOGO 1-0 (0-0 no tempo regulamentar)

Pitroipa 105'

Sem sua principal estrela, Alain Traoré, contundido e fora do torneio, Paul Put escalou Burkina no 4-4-2, com Pitroipa centralizado e um pouco atrás do centroavante Dagano, com Sanou e a novidade Ouattara nos flancos. Por sua vez, o treinador de Togo, Didier Six, adiantou o stopper Akakpo para a cabeça-de-área, especialmente para poder controlar o movediço Pitroipa. Assim, o 5-4-1 ou 5-2-3 das outras partidas se convertou num 4-1-4-1, com os internos Romão e Amewou com maior liberdade de apoio e Adebayor trabalhando como um pivô à frente. Na primeira metade do primeiro tempo, principalmente, Togo dominou amplamente as ações, em jogadas muito bem trabalhadas por Adebayor junto à linha de 4 meias, envolvendo a defesa burquinabê e criando algumas boas ocasiões. Os Garanhões equilibraram a partida mais para o fim da primeira etapa, especialmente por meio das jogadas de Pitroipa. No segundo tempo, duas alterações fizeram com que o domínio da partida se desequilibrasse em favor de Burkina. A inexplicável troca de Floyd Ayité pelo mais tático Segbefia, deixou Adebayor sem seu principal parceiro de jogadas e liquidou o ataque de Togo. Logo em seguida, Put trocava o quase imperceptivel winger esquerdo Outtara por um veloz e impetuoso Nakoulma, que colocou em pânico o lado direito da defesa togolesa, imprensando de vez o adversário em seu próprio campo. Salvo uma jogada individual de Adebayor, em que Diakité fez grande defesa, Burkina comandava a partida e fez por merecer seu gol, já na prorrogação: escanteio pela direita, cabeçada de Pitroipa, incrívelmente desmarcado no primeiro pau.


Burkina Faso:  Daouda Diakité 7, Koffi 5, Bakary Koné 6, Keba Paul Coulibaly 6 e Panandetiguiri 5; Sanou 5 (Razack 6), Djakaridja Koné 5, Kaboré 7 e Ouattara 4 (Nakoulma 6); Pitroipa 8 (Rouamba s.n.) e Dagano 4.  

Togo: Agassa 6, Mamah 4, Akakpo 5 (Wome 6), Nibombe 6, Bossou 5 e Djené 7; Floyd Ayité 6 (Segbefia 3), Romão 7, Amewou 6 (Salifou s.n.) e Gakpé 7; Adebayor 7. 

Nota do jogo: 7

CAN 2013 - análise da terceira rodada


Análise:

Grupo A:

Se os jogos não foram um primor de técnica, no quesito emoção a rodada final do grupo A ganhou nota alta. Nos últimos 10 minutos, período em que foram marcado quatro gols nas duas partidas, as quatro seleções tiveream momentos em que se classificavam à fase seguinte. Com várias de suas principais estrelas, como Belhanda, Amrabat, Assaidi e El Ahmadi, sacadas do time por deficiência técnica, Marrocos fez sua melhor partida na CAN, impondo o seu ritmo de jogo aos donos da casa e abrindo o placar com justiça. Mas não foi competente o suficiente para impedir, por duas vezes, o empate sul-africano. Invictos, com três empates, os Leões do Atlas novamente decepcionam e voltam pra casa mais cedo, enquanto os  sul-Africanos, mesmo que por linhas tortas, acabam confirmando seu favoritismo e a liderança do grupo. Não pude ver o outro jogo, mas pelo que mostraram nas partidas anteriores, a virada de Cabo Verde sobre Angola foi justa.

Grupo B
Congo e Mali fizeram um jogo abaixo das expectativas, embora bastante movimentado. Congo começou melhor, mesmo com seu melhor jogador deixado inexplicavelmente no banco, abriu o marcador com um gol de pênalti, mas logo em seguida levou o empate. Mesmo com a entrada de Mputu, no segundo tempo, melhorando bastante a armação de jogo, Congo jogou menos que Mali e mereceu a desclassificação. Patrice Carteron lançou mão de um 4-1-4-1, com Momo Sissoko atrás de 4 armadores, e Mahamadou Traoré isolado como atacante, mas com atuação individual muito superior ao do ex-titular Dembelé. Se o Mali não mostra tanta qualidade como se esperava antes da competição, Ghana parece ter acertado o time, ainda que depenado de suas grandes estrelas de meio-de-campo. A goleada sobre Níger veio ao natural, a partir de uma grande atuação do avante Asamoah Gyan, o que não ocorrera nas partidas anteriores. Christian Atsu, jovem promessa do Porto e mal nas primeiras rodadas, também fez grande partida. Ghana cresce na parada e volta a ser a favorita para enfrentar Costa do Marfim na final.

Grupo C
Nigéria teve imensas dificuldades para bater uma modesta Etiópia, ainda enfraquecida pela ausência de alguns titulares importantes. Teve muita posse de bola, mas pouca eficiência no ataque, onde não brilhou o centroavante Emenike. Mikel também teve atuação muito abaixo do esperado para um titular do Chelsea. As Super Águias criaram poucas chances de gol, movimentando o placar somente nos ultimos 12 minutos, em dois lances de pênalti sobre Moses, que seriam plenamente evitados por uma seleção um pouco mais tarimbada e qualificada que a Etiópia. Chamou atenção a precariedade defensiva do time nigeriano, especialmente em relação à sua dupla de zaga e ao meio campo um pouco aberto demais. Defensivamente, o único destaque foi o volante Ogude, além de uma grande defesa do veterano Enyeama, em cabeçaço de Salahdin logo após o primeiro gol nigeriano. Curiosamente, a Etiópia deve ter sido a única seleção da história da CAN a usar 4 goleiros numa mesma edição do torneio. Além de ter usado todos os três guarda-redes inscritos, quem esteve na porta dos Antílopes nos últimos minutos da partida foi o meia Addis, já que Sisay havia sido expulso no lance do segundo pênalti.
Zâmbia e Burkina prometiam um jogo com placar movimentado, mas a péssima fase dos atuais campeões, adicionada às questionáveis escolhas do treinador Hervè Renard, fizeram dos Chipolopolo um time sem brilho e sem força. Pela outro lado, Burkina foi imensamente prejuducada pela lesão de seu melhor jogador e artilheiro da CAN ainda no início do jogo, o meia Alain Traoré. Sem o craque do Lorient, as chances do bom time burquinabê passar por Togo na próxima fase caem drasticamente.

Grupo D
O "grupo da morte" foi realmente diferenciado dos demais, pois além de nos apresentar um time destacadamente mais qualificado do que todos os demais, teve um Togo supreendentemente muito bem armado e com soluções ofensivas. Tunísia esteve na média do que sempre foi e a Argélia mereceria um pouco mais de sorte, pois jogou mais futebol do que os resultados mostram. Fiquei com a sensação de que duas seleções magrebinas poderiam ter se classificado se tivessem caído em outros grupos. Na última rodada, depois de um primeiro tempo monótono, Argélia melhorou muito com a entrada de Feghouli e abriu dois gols de vantagem no segundo tempo. A partir daí, Costa do Marfim mostrou que mesmo seu time de reservas é superior à maioria das outras representações africanas, sendo capaz de, com um pouco de esforço, igualar e quase virar o placar com duas grandes oportunidades perdidas no final do jogo.  Togo dominou a Tunísia na primeira metade so primeiro tempo e mereceu fazer até mais do que um gol. Num esquisito 4-2-4 sem atacantes fixos, aos poucos a Tunísia conseguiu encaixar seu jogo e pressionar o Togo, até fazer por merecer o empate. Dali pra frente, o jogo ficou muito prejudicado pela pior arbitragem internacional que já vi. Além de muito prejudicado pelo péssimo desempenho de seus auxiliares nos lances de impedimento, o sul-africano Daniel Bennett deixou de marcar 3 pênaltis claríssimos para o Togo e dois para a Tunísia. Assinalou erradamente um pênalti para as Águias de Cartago, que felizmente para a justiça do jogo, foi mandado na trave pelo capitão Moelhi, quando faltavam 10 minutos para o fim. Bennett ainda foi muito mal no critério para cartões e a cereja do bolo foi um equivocado amarelo para Nibombé, em falta cometida pelo colega Akakpo.




Sistemas táticos:
4-2-3-1: ANG, MAR, COD, GHA, CIV, BFA, NGA, ALG
4-4-2: RSA, ETH, ZAM
4-3-3: CPV, NIG

4-1-4-1: MLI
4-2-4: TUN
5-4-1: TOG

Notas dos jogos:
7: TOG 1x1 TUN
    MAR 2x2 RSA
6: NIG 0x3 GHA
    COD 1x1 MLI
   ALG 2x2 CIV
5: BFA 0x0 ZAM
   NGA 2x0 ETH
não assisti: ALG 2x2 CIV e CPV 2-1 ANG
média de notas da rodada: 6
média de gols da rodada: 2,5
média de notas geral: 5,78
médias de gols geral: 2,04

Gol mais bonito: Christian Atsu (GHA)
Craque da rodada: Asamoah Gyan (GHA)

Seleção da rodada (no 4-2-3-1): Agassa (TOG),  Pantsill (GHA), Boye (GHA), Vorsah (GHA), e Tamboura (MLI); Mahlangu (RSA) e Badu (GHA); Pitroipa (BFA), Atsu (GHA) e Gakpé (TOG); Gyan (GHA).


Resultados dos palpites para a terceira rodada:
MAR x RSA: 1-1 (2-2): resultado certo
CPV x ANG: 1-0 (2-1): resultado certo
NIG x GHA: 0-2 (0-3): resultado certo, placar semicerto
COD x MLI: 1-1 (1-1): placar exato
BFA x ZAM: 2-1 (0-0): tudo errado
NGA x ETH: 2-0 (2-0): placar exato
ALG x CIV: 0-2 (2-2): resultado errado, placar semicerto
TOG x TUN: 1-1 (1-1): placar exato

Palpites para as quartas-de-final:
RSA x MLI 1-1 Mali é melhor, mas Africa do Sul vem embalada pela classificação dramática e terá estádio cheio. Jogo deve ser equilibrado.
CIV x NIG 2-0 Nigéria é um adversário tradicional e forte, mas passa Costa do Marfim, com seu futebol sólido e técnico, muito superior às demais.
BFA x TOG 0-2 Sem Alain Traoré, Burkina não conseguiu fazer gols ainda. Aposto numa boa atuação do rápido ataque togolês sobre a fraca retaguarda dos Garanhões.
GHA x CIV 2-0 Torço pra Cabo Verde, mas acho que a solidez e experiência das Estrelas Negras não deixarão margem a nova supresa dos organizados e empolgados Tubarões Azuis.