"O Brasil tem 180 milhões de treinadores". Também sou mais um que pensa entender mais do que os cronistas esportivos e que chama de "burro" todos os treinadores do meu time. Na falta de um jornal para escrever ou de um time para comandar, o Blog acaba se tornando um ótimo - e talvez único - lugar para desafogar as ideias e manifestar as opiniões. Ao meio termo porque é a visão de quem não é profissional da área, mas tampouco apenas um torcedor passional. Abraços e boa leitura !
domingo, julho 22, 2012
Fernandão x Dorival
Acho Dorival Júnior um dos melhores treinadores da atualidade e baseio essa opinião não apenas nos bons trabalhos feitos no Santos e Atlético-MG, mas também no que vi dele em seu início, aqui no Figueirense. Sua campanha no Inter não foi a altura do que eu esperava dele e do que a torcida esperava do elenco teoricamente forte montado pela direção. Foi prejudicado em muito pelas convocações da Seleção Brasileira, contusões longas e inoportunas como as de D'Alessandro e Datolo e pelo caso Oscar-São Paulo. Não teve culpa do único lateral direito disponível ser o fraquíssimo Nei e do técnica e numericamente limitado rol de zagueiros. Mas o fato é que, mesmo assim, o Inter poderia ter jogado mais. Em termos de escalação, praticamente contesto apenas a frequente presença de Elton no time titular, mais um daqueles volantes comuns nos dotes defensivos e completamente desprovidos de qualquer qualidade, que parecem jogar por decreto no Inter desde os tempos do alemão Anderson. Mas algo não funcionou e o time de Dorival não decolou. Quanto a Fernandão, nele não aposto nenhuma ficha. Seu desempenho é um ponto de interrogação, mas, cedo ou tarde, seu destino será a demissão. E assim mais um ídolo eterno será maculado, como Figueroa e Falcão. Além disso, sendo Fernandão parte da diretoria que contratou Dorival, o cheiro de falta de ética ficou forte no ar. Finalizando, em sua primeira declaração, Fernandão prometeu time ofensivo e vibrante, mas surpreendentemente mandará a campo uma meia-cancha com três volantes para enfrentar o lanterna Atletico-GO no Beira-Rio, com Elton entre eles e Bolatti na arquibancada.
sábado, julho 21, 2012
Futebol Olímpico: considerações preliminares
Grupo A: Uruguai, Senegal, Grã-Bretanha e Emirados Árabes
- Emirados deve ficar em último e Uruguai em primeiro;
- Senegal briga com os donos da casa pela segunda vaga nas quartas;
- O time principal de Senegal foi uma grande decepção na última Copa das Nações, como de resto em todas as últimas competições importantes; não sei o quanto este sub-23 espelha o momento da seleção principal, mas o certo é que além na nova geração não ser necessariamente empolgante, o time ainda ficou impossibilitado de contar com os principais jogadores over-23 do país, como os renomados atacantes Demba Ba e Papis Cissé, do Newcastle.
- A Grã-Bretanha é um time montado às pressas e com poucos jogadores talentosos. A menos que Senegal venha desmobilizado e taticamente mal disposto, me surpreenderei se passarem de fase.
- De olho: os uruguaios Cavani e Suarez são as grandes expressões técnicas deste grupo e todo mundo sabe disso.
Grupo B: Gabão, Coréia do Sul, México e Suíça
- Tem tudo para ser o grupo mais equilibrado da competição, ainda que não aposte em nenhum dos 4 países para conquistar uma medalha além do bronze. Muito difícil fazer qualquer prognóstico aqui, mas vou torcer por Gabão e Coréia do Sul.
- Ao contrário da fama, esse time suíço não joga na retranca e tem alguns jogadores de boa técnica. Mas como está desfalcado de seu principal jogador, Xerdan Shaqiri - o clone do D'Alessandro, passar de fase será uma grande vitória.
- O México também vem desfalcado de seu principal jogador, Chicharito Hernández, mas equipes mexicanas costumam vir sempre bem preparadas para torneios sub-alguma coisa. Pelo que recolhi da imprensa, parece ter sido o caso dessa e isso dá algum favoritismo aos aztecas.
- Gabão tem tudo para ser o melhor time africano no torneio, seja pela qualidade técnica de seus principais jogadores, quanto pelo embalo da boa fase do futebol do país, campeão das eliminatórias africanas e de boa figura na Copa das Nações.
- Como fã do futebol sul-coreano, pela organização tática, velocidade e técnica de vários jogadores que marcaram minha retina (como o atual treinador, Hong Myung-Bo, um dos melhores líberos que já vi jogar), tendo a colocar a Coréia no mesmo patamar de México e Gabão. Na última Copa da Ásia ficaram em terceiro, mas revelaram uma promissora nova geração.
- De olho: Aubameyang (o clone do Neymar), Ecuele-Manga e Madinda (todos do Gabão), Marco Fabián (México), Mehmedi (Suíça) e os coreanos Park Chu-Young, Ki Sung-Yueng e Koo Ja-Cheol. Especial atenção neste último, um meia-atacante com faro de gol, que terá a pronúncia de seu nome de família (Koo) ligeiramente modificado pelos narradores brasileiros.
Grupo C: Brasil, Egito, Belarus e Nova Zelândia.
- Brasil favoritíssimo ao primeiro lugar, bem como a uma vaga na final.
- Belarus tem um time tecnicamente fraco e se classificou mais pela incompetência dos outros do que pelas suas qualidades. Mas assim como surpreendeu no último Europeu sub-23, boa preparação, entrosamento e preparo físico em dia podem ser suficientes para bater adversários tecnicamente e historicamente mais fortes.
- O Egito não costuma ter um trabalho de base dos mais destacados, embora a seleção principal sempre seja uma das mais fortes do continente. Acho os Faraós favoritos ao segundo lugar se o veterano Aboutrika vier em boa forma. Do contrário, tendo a apostar no coletivo bielorusso.
- O time de cima da Nova Zelândia foi capaz de sair invicto de uma Copa do Mundo e de ficar - pateticamente - de fora da final do torneio continental da Oceania. Não faço idéia do que os Kiwis possam aprontar em Londres, mas não aposto em sua classificação.
- De olho: não preciso falar dos brasileiros, do Egito já citei, Nova Zelândia aposta em Chris Wood e Belarus não traz ninguém digno de nota.
- A Espanha ganhou o Europeu sub-23 com um pé nas costas e deve faturar uma medalha em Londres. Mesmo sem Thiago Alcântara (machucado), o time é forte e joga exatamente na mesma balada da Fúria campeã mundial e bi européia.
- Com 5 jogadores da Bundesliga uma evolução notável ao longo da última década, não acredito que o Japão se apresente mal na Inglaterra. Não creio em medalha olímpica, mas ainda que sem jogadores com o mesmo brilho do time principal, se a gurizada japonesa seguir o padrão tático e físico do time de cima, passam de fase e incomodam nas quartas.
- Tenho pouca informação sobre o time Hondurenho, mas os bons resultados nos últimos amistosos me fazem pensar que pode ser uma boa zebrinha.
- Marrocos sempre traz a expectativa de um time de boa técnica, mas a decepcionante campanha na última Copa das Nações foi mais uma das enésimas provas de que futebol não se faz só de qualidade individual. Nesse quesito, tendo perdido Younes Belhanda, o jogador jovem do ano na França, por contusão, os marroquinos vão depender demais do verterano Kharja, o faz tudo do meio de campo.
- De olho: Kharja (Marrocos), Montoya, Herrera, Adrián e Javi Martínez (Espanha).
Simulação do caminho até o ouro:
Quartas:
- Uruguai x Gabão, México ou Coréia do Sul
- Brasil x Japão ou Honduras
- Coréia do Sul, Gabão ou México x Senegal ou Grã-Bretanha
- Espanha x Egito ou Belarus
Semifinais:
- Brasil x Uruguai
- Espanha x Coréia do Sul, Gabão ou México
Ouro: Brasil
Prata: Espanha
Bronze: Uruguai
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