segunda-feira, janeiro 21, 2008

Palpites para a Copa da África

Aqui vão meus palpites para a Copa das Naçoes Africanas de 2008. Costa do Marfim grande favorita e Ghana na final mais por jogar em casa do que por superioridade a Camarões, Senegal, Egito, Tunísia e outros. Nenhuma grande zebra. Meia-zebra a classificação de Mali sobre a Nigéria na primeira fase.

Primeira Fase
Grupo A:
1) Ghana 7 pontos
2) Guiné 5
3) Marrocos 4
4) Namíbia 0
Grupo B:
1) Costa do Marfim 7
2) Mali 5
3) Nigéria 4
4) Benin 0
Grupo C:
1) Camarões 7
2) Egito 5
3) Sudão 4
4) Zâmbia 1
Grupo D:
1) Senegal 7
2) Tunísia 5
3) Angola 4
4) África do Sul 0

Quartas de final:
Ghana x Mali
Senegal x Egito
Costa do Marfim x Guiné
Camarões x Tunísia

Semifinais:
Ghana x Senegal
Costa do Marfim x Camarões

Final:
Costa do Marfim x Ghana

Campeão: Costa do Marfim

sábado, janeiro 19, 2008

Inter forte na Copa São Paulo

As quatro partidas que vi da gurizada sub-18 do Inter na Copa São Paulo (perdi apenas a magra vitória por 1x0 sobre um retrancado time acreano) me fazem crer que essa equipe está entre as favoritas para vencer o torneio e que talvez seja a melhor representação colorada desde a edição de 98. Há exatos dez anos, o time de João Gabriel, Lúcio, Claiton, Odair, André Gheller, Marcelo Xavier, Juca, Fábio Pinto, Diogo Rincón, Manoel e outros menos conhecidos sagrava-se tetra campeão da Copinha.

O time desse ano começa por um goleiro que promete mais do que João Gabriel há 10 anos. Tem maior porte, é mais seguro e parece ter muita personalidade, mas ainda precisa aprimorar a saída nas bolas altas. A linha defensiva ainda não me chamou a atenção, especialmente os dois do lado direito, Diego e Léo. O quarto-zagueiros Bregalda mostra bom posicionamento e muita firmeza nas antecipações. O lateral-esquerdo Pedro é mais ofensivo e técnico do que Diego, mas ainda parece muito tímido. Rafael Foster, titular da seleção sub-17 nos Jogos Panamericanos, tem atuado como coringa da defesa, ora na quarta-zaga, ora na lateral-esquerda, substituindo contundidos e suspensos. É o mais valente e brigador do time, bate forte na bola e cobra laterais como Marcão, mas é lento.

A meia-cancha começa com o volantão Sandro, que apesar de ser grande e viril, gosta de chegar à frente para bater em gol e mostra mais técnica que os idolatrados cabeça-de-bagre que têm vestido a camisa 5 do time principal nos últimos milhares de ano. Paulinho, o capitão, é um segundo volante que se movimenta muito, desarma bem, domina e protege a bola com técnica, mas que peca muito no passe. À frente dos volantes, Vagner é um meia-atacante de movimentaçao e condução de bola, e ocupa preferencialmente a faixa direita do campo. O outro meia é o grande destaque técnico do time. Tales, 17 anos, o amigo do Pato. Apesar de ser destro e de se movimentar por todo o campo, cai bastante pela esquerda, especialmente quando deve compor uma formaçao defensiva quando o Inter é atacado. Extremamente técnico, Tales é ainda ágil, inteligente e dono de duas características cada vez mais raras e fundamentais para um bom articulador: visão de jogo e "timing" de bola, ou seja, saber quando prender a bola, quando carregá-la e quando despachá-la em um ou dois toques. O ponto fraco do garoto é o físico franzino e leve. Além disso, já vi muitos jogadores do estilo do Tales não vingarem quando passam para o time profissional. Pedro Verdum, Balalo, Luiz Fernando Gomes da Costa, Diego e Diogo, foram alguns exemplos marcantes no Beira-Rio.

Fechando o time, dois atacantes de movimentação e bastante verticais. O mais veloz e habilidoso Ederson (ou Eder) e o tanque Valter (ou Da Silva). Valter, que me lembra muito o Ailton "Boca de Cinzeiro" pelo estilo de jogo, usa muito bem o corpo, tem boa arrancada, cabeceia bem e não perde tempo para chutar em gol. Poderia, contudo, ter melhor pontaria e uns quilogramas a menos.

Mas o que me faz pensar no Inter como um dos favoritos ao título não são essas qualidades dos atletas, mas sim a estrutura de jogo coletivo muito bem montada pelo treinador Osmar Loss. A formação tática é racional, simples e relativamente tradicional: quatro defensores fortes na primeira linha, um primeiro volante bem centralizado, um segundo volante mais movediço, um articulador clássico e um meia-atacante que voltam pra marcar e dois atacantes multifuncionais, que ainda executam bem o "pressing" na saída de bola adversária. Embora se note um ponto fraco entre a linha de defesa e os volantes, especialmente pelo lado esquerdo, o time volta rápido e marca muito forte quando perde a bola. Quando em ataque, os jogadores estão sempre muito bem distribuídos e próximos entre si, o que não apenas resulta em grande volume de ataque como também na valorização da posse de bola nos momentos de vantagem no placar. Além disso, Osmar Loss proveu o time de um razoável repertório de jogadas de bola parada. Se nas cobranças diretas de falta o ensaio ainda nao surtiu grande efeito, as bolas alçadas e principalmente os escanteios cobrados por Tales têm sido um diferencial decisivo.