sábado, fevereiro 02, 2013

CAN 2013: análise das quartas-de-final


GHANA x CABO VERDE 2-0
Wakaso 54' (p) e 95'

Partida bem jogada, ainda que um pouco monótona no primeiro tempo, em que Ghana teve quase 70% de posse de bola e Cabo Verde um pouco mais de perigo nos contra-ataques. Segundo tempo muito movimentado, com Ghana abrindo o placar num pênalti discutível, numa fase da partida em que Cabo Verde jogava melhor. A contusão de bom Ryan Mendes, que não fazia um jogo tão bom quanto os anteriores, acabou sendo positiva, pois seu substituto - Luís "Platini" Soares - deu velocidade e nova dinâmica aos Tubarões. Os bons meio-campistas de Ghana não conseguiram se impor e Cabo Verde parecia ter 12 em campo. Mas a forte pressão caboverdiana esbarrou nas mãos do goleiro Daouda, que apesar de sair mal do gol em duas oportunidades, fez grandes defesas em chutes de média e longa distância. Uma arbitragem muito simpática a Ghana também prejudicou um pouco os valentes caboverdianos, que sempre bem postados em campo, brigaram até o último minuto. O segundo gol veio justamente aos 49', após rebote de escanteio em que Cabo Verde ficou sem goleiro, que havia subido para tentar cabeceio. O placar foi digno da diferença de hierarquia entre as seleções, mas não refletiu o enfrentamento parelho e menos ainda a maior quantidade de chances de gol criadas pelos novatos e supreendentes caboverdianos.

Ghana: Daouda 7, Pantsill 5, Boye 5, Vorsah 6 e Afful 6; Badu 5 e Rabiu 5; Adomah 4 (Wakaso 6), K. Asamoah 5 e Atsu 5 (Asante 5); A. Gyan 6.

Cabo Verde: Vozinha 5, Carlitos 7, F. Varela 6, Nando 7 e Nivaldo 5; Marcos Soares 5, T. Varela 5 (Djaniny 6) e Babanco 6; Heldon 5, Julio Tavares 6 (Rambé s.n.) e Ryan Mendes 5 (Platini 6).

Nota do jogo: 7
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AFRICA DO SUL x MALI 1-1* (1-3 nos pênaltis)

Rantie 31', Keita 58'

Com Furman jogando atrás de uma linha de 4 meias e Rantie muito movediço no centro do ataque, os Bafana Bafana dominaram amplamente as ações do primeiro tempo. O mesmo 4-1-4-1 de Mali deu enormes espaços aos internos Lestsholonyane e Mahlangu, que foram os organizadores de todas as boas jogadas ofensivas da Africa do Sul, como a do gol, em que Rantie aproveitou uma chute errado de Parker. Quando Samba Diakité saiu por contusão, Patrice Carteron alterou o esquema para um 4-2-3-1, com Sow e Sissoko na meia defensiva, mas sem sucesso na contenção do ímpeto sul-africano. Mali voltou mais bem postado no segundo tempo empatou o jogo em cruzamento de Samassa aberto na esquerda para cabeçada de Keita, mais uma vez dono do time e decisivo. A partida seguiu com os donos da casa mais impetuosos, mas com Mali controlando o jogo bem melhor do que no primeiro tempo. Os ritmos caíram na prorrogação, bastante equilibrada. Na decisão por pênaltis, Diakité, que jogou por conta da suspensão do titular Soulama, mostrou ser um bom pegador de cobranças.

Africa do Sul: Khune 6, Gaxa 4, Sangweni 6, Khumalo 5 e Masilela 5; Furman 7; Phala 5 (Serero 6), Lestholonyane 7, Mahlangu 7 e Parker 5 (Tshabalala 5);  Rantie 6 (Majoro 5) .

Mali: So. Diakité 6, Diawara 5, Wague 6, A. Coulibaly 5 e Tamboura 6; Sissoko 4, Sa. Diakité s.n. (S. Diarra 5), Sow 5, Keita 7 e Maiga 6; Samassa 6 (Diabaté 4). 

Nota do jogo: 7
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COSTA DO MARFIM x NIGÉRIA 1-2

Emenike 43', Tioté 50', Mba 78'

Se olhássemos apenas para o histórico destas duas potências do futebol africano, soaria como uma blasfêmia a afirmação de que esta foi a maior zebra da CAN 2013. O fato é que Costa do Marfim estava invicta a 26 partidas (3 anos) contra seleções africanas, sobrou na primeira fase e tem um plantel capaz de montar dois times que disputariam classificação para uma Copa do Mundo, enquanto a Nigéria sofre com uma renovação de elenco e muda a escalação a cada jogo, atrás de uma formação ideal que teima em não aparecer. Mesmo com a volta de Drogba de volta ao time titular, os ivorianos não conseguiram fazer sua técnica superior sobrepujar o sistema defensivo de uma Nigéria muito mais aguerrida e concentrada. As Super Águias, desfalcadas do bom volante Ogude e com uma estranha disposição tática em que o pesado centroavante Emenike teve de jogar pelo flanco, teve como destaques Victor Moses e, principalmente o desconhecido meia Mba, que aos 24 anos ainda joga no futebol local.  Pouco foi criado por ambas equipes na primeira etapa, mas a sorte brindou a Nigéria com um gol de falta em que o goleiro Copa Barry cometeu grave falha. Os Elefantes voltam bem melhor na segunda etapa, empatam a partida e criam mais algumas ocasiões, mais aos poucos voltam àquele futebol letárgico e um tanto quanto soberbo, repetidamente mostrado ao longos dos últimos anos. Foram punidos por outro lance de sorte dos nigerianos, quando Mba fez grande jogada indiviadual e teve seu chute desviado nas costas de Bamba, enforcando Copa Barry.  Deve-se parabenizar o time de Stephen Keshi, mas a Costa do Marfim tropeçou nas próprias pernas.

Costa do Marfim: Barry 4, Eboué 6, Zokora 6, Bamba 6 e Tiéné 5; Romaric 4 (L. Traore 5) e Tioté 7; Kalou 5 (Gradel 5), Yaya Touré 5 e Gervinho 5; Drogba 6

Nigéria: Enyeama 6, Ambrose 5, Omeruo 6, Oboabona 5 e Echiejile 6; Onazi 6 e Mikel 6; Emenike 6, Mba 8 e Moses 7 (Yobo s.n.); Ideye 5. 

Nota do jogo: 7

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BURKINA FASO x TOGO 1-0 (0-0 no tempo regulamentar)

Pitroipa 105'

Sem sua principal estrela, Alain Traoré, contundido e fora do torneio, Paul Put escalou Burkina no 4-4-2, com Pitroipa centralizado e um pouco atrás do centroavante Dagano, com Sanou e a novidade Ouattara nos flancos. Por sua vez, o treinador de Togo, Didier Six, adiantou o stopper Akakpo para a cabeça-de-área, especialmente para poder controlar o movediço Pitroipa. Assim, o 5-4-1 ou 5-2-3 das outras partidas se convertou num 4-1-4-1, com os internos Romão e Amewou com maior liberdade de apoio e Adebayor trabalhando como um pivô à frente. Na primeira metade do primeiro tempo, principalmente, Togo dominou amplamente as ações, em jogadas muito bem trabalhadas por Adebayor junto à linha de 4 meias, envolvendo a defesa burquinabê e criando algumas boas ocasiões. Os Garanhões equilibraram a partida mais para o fim da primeira etapa, especialmente por meio das jogadas de Pitroipa. No segundo tempo, duas alterações fizeram com que o domínio da partida se desequilibrasse em favor de Burkina. A inexplicável troca de Floyd Ayité pelo mais tático Segbefia, deixou Adebayor sem seu principal parceiro de jogadas e liquidou o ataque de Togo. Logo em seguida, Put trocava o quase imperceptivel winger esquerdo Outtara por um veloz e impetuoso Nakoulma, que colocou em pânico o lado direito da defesa togolesa, imprensando de vez o adversário em seu próprio campo. Salvo uma jogada individual de Adebayor, em que Diakité fez grande defesa, Burkina comandava a partida e fez por merecer seu gol, já na prorrogação: escanteio pela direita, cabeçada de Pitroipa, incrívelmente desmarcado no primeiro pau.


Burkina Faso:  Daouda Diakité 7, Koffi 5, Bakary Koné 6, Keba Paul Coulibaly 6 e Panandetiguiri 5; Sanou 5 (Razack 6), Djakaridja Koné 5, Kaboré 7 e Ouattara 4 (Nakoulma 6); Pitroipa 8 (Rouamba s.n.) e Dagano 4.  

Togo: Agassa 6, Mamah 4, Akakpo 5 (Wome 6), Nibombe 6, Bossou 5 e Djené 7; Floyd Ayité 6 (Segbefia 3), Romão 7, Amewou 6 (Salifou s.n.) e Gakpé 7; Adebayor 7. 

Nota do jogo: 7

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