quarta-feira, maio 14, 2008

Fiasco

A vergonhosa derrota de hoje para o Sport e a conseqüente desclassificação na Copa do Brasil tiveram a "cara" de Abel Braga. A "cara" de um treinador perdedor. Sim, campeão do mundo e da América, mas perdedor. O treinador que, no somatório das duas últimas passagens pelo Beira-Rio, só conseguiu me convencer em duas partidas de caráter decisivo, quais sejam a primeira final da Libertadores contra o São Paulo e jogo contra o Barcelona. Nas duas partidas, as mesmas circunstâncias: o Inter não era o favorito, o adversário era o time que tentava impor seu jogo contra a estratégia de defesa e contrataque de Abel e a preparação físico-tática-emocional para o jogo foi especialíssima.

Após tomar o primeiro gol, o Inter partiu pra cima, impôs seu jogo e dominou amplamente as ações, criando oportunidades de gol em seqüência até igualar o placar. Depois, com o seguro placar de 1-1, esqueceu de jogar e partiu para o balão, para o desespero, como se fossem os últimos 5 minutos da final da Copa do Mundo. O Inter perdeu a posse de bola, muito mais pelo seu desequilíbrio do que pelas qualidades do adversário. As ausências dos experientes Marcão e Índio, assim como o incrível azar de perder seus dois substitutos em meio ao jogo, contribuiu muito menos para o resultado negativo do que a postura errada do time em campo. Quem orientou essa estratégia frequentemente suicida???? Quem orientou o time a jogar no chutão???? Quem não conseguiu mudar esse quadro no intervalo, nos vestiários????

No momento em que o segundo gol do Sport estava a poucos segundos de acontecer, eu comentava que não entendia porque Fernandão estava jogando tão recuado (quem mandou???), logo ele que tem as características ideais para converter o jogo de chutões pra frente em jogadas perigosas. No entanto, o franzino Nilmar foi deixado (por quem?????) no confronto isolado e direto com dois beques. Estava na cara que o Inter tomaria o segundo.

Depois da expulsão de Luciano Henrique, quando o placar de 2-1 ainda nos favorecia, mesmo com 11 contra 10, o Inter não foi capaz de se impor como time mais técnico e de mais camiseta. Falta total de preparo emocional? Ou falta de treino? Ou falta das duas coisas? Novamente, o gol do Sport caía de maduro. E caiu.

Ao final do jogo, repórteres de rádio declaram que Abel passara o jogo pedindo para seu time sair de trás e jogar bola. Se seus jogadores não o fazem, a culpa é de quem? Falta de treino. Falta de um treinador capaz de fazer suas idéias serem executadas. Fosse um grupo de jogadores desunido ou contrário ao técnico, poder-se-ia entender. Mas não é.

Pela milésima vez na era Abel, o Inter não soube o que fazer em campo estando com um jogador a mais que o adversário. Outras "dessas" foram listadas por mim em uma coluna de 2006 (http://www.papodebola.com.br/internacionalemdosedupla/20060828.htm)

Além disso, ocorreram os problemas crônicos da era Abel. Péssimo aproveitamento de escanteios, fraco desempenho da defesa na bola alta e algumas preferências muito questionáveis na escalação dos titulares, muito mais baseadas no histórico, na gratidão, no reconhecimento do esforço do que propriamente da qualidade e do rendimento do jogador (não estou falando de Fernandão).

Abel, como grande torcedor do Inter que és, peça o boné. Em nome do clube.

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