domingo, janeiro 23, 2011

Inter: primeiras considerações do ano

* Giuliano: apesar de todo o talento e perspectivas de crescimento, do prêmio de melhor jogador da Libertadores e dos gols decisivos, a verdade é que Giuliano era muito irregular, especialmente quando saía jogando. Incomodava-me a quantidade de passes errados que saíam dos pés dele, algo incoerente com sua qualidade técnica. Dez milhões de euros por um reserva irregular, que vivia de lampejos, é um ótimo negócio. Mas a quem o prefere considerar uma promessa de craque, dez milhões de euros continuam sendo um bom negócio.

* Zé Roberto: teve seu auge em 2006, quando foi Bola de Prata da Placar no campeonato brasileiro, pelo Botafogo. Jogador de trajetória muito irregular, no terço final de carreira, taticamente talvez até seja mais adequado ao sistema 4-2-3-1 do que Giuliano. Porém, não é jogador de muitos gols, aquilo que mais faltou ao Inter em 2010. Espero queimar a língua, mas acho mais provável que essa contratação se revele pouco acertada.

* Cavenaghi: El Torito Cavegol surgiu como grande promessa, foi campeão sul-americano sub-20, tri campeão argentino pelo River, campeão francês e da Copa da França pelo Bordeaux. Faixas não lhe faltam. Mas nas últimas duas temporadas vem lhe faltando continuidade e um pouco de gols. Sua média histórica pelos clubes por onde passou é similar a de Alecsandro, 1 a cada dois jogos. Mas espero que sejam de gols mais importantes do que os do "Artilheiro do Gol Inútil". É um razoável cobrador de faltas, bate bem de fora da área, medianamente técnico, mas, curiosamente, faz poucos gols de cabeça, mesmo tendo 1,81 m. Se estiver fisicamente bem, acho que é um avanço em relação aos centroavantes atuais, mas não é uma contratação que me empolgue. Por outro lado, o que tem-se de melhor dentro do que clubes brasileiros podem pagar?

*Ricardo Goulart: o jovem do Inter B, que já começa a ser cantado em prosa e verso por torcedores e parte da imprensa, pode até vir a ser um bom jogador no futuro, mas por enquanto só o que fez de destacado foram os dois gols de cabeça. Um deles, sem goleiro, debaixo do travessão, numa bola rebatida. Claro que vale pro placar, mas não conta pra avaliação. O outro gol, esse sim, um belo cabeceio num cruzamento, mas em cima do goleiro, que tomou um frangaço. Além do mais, finalizações de cabeça não estão entre as principais
funções do externo de meio campo, quais sejam, cruzamento, passes certos, finalizações de média distância, criatividade e ajuda na marcação. E nestas todas, Ricardo não passou de uma nota 6 até o momento.

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