segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Alex e as táticas

Durante a Libertadores de 2006, Alex foi um jogador muito mais importante pela sua função tática do que pelos seus dotes técnicos. Ele atuava como o vértice esquerdo do losango de meio-de-campo de Abel, muitas vezes cobrindo as subidas de Jorge Wagner. E, na única partida em que sua contribuição técnica foi significativa, contra na volta contra o Libertad, o foi apenas pela sua inestimável capacidade de bater a gol de média distância. Em Yokohama, um balãozinho em Deco não foi suficiente para fazê-lo voltar do vestiário após o intervalo. Com Vargas em seu lugar, o Inter sempre melhorava, pois o colombiano fazia a bola correr e era mais rápido e eficiente na marcação. O que faz Guiñazú hoje, e com muito mais qualidade. Alex só passou a se destacar depois que Abel, em um raro lampejo de lucidez tática, enxergou no paranaense um segundo atacante.

Mesmo tendo-se tornado um jogador decisivo e ídolo da torcida (o que sempre acreditei como algo imprescindível para o futebol), Alex vinha causando um problema tático não solucionado por Tite, o isolamento de Nilmar à frente. Um companheiro como Alecsandro permitiria ao Inter desfrutar melhor da velocidade e das constantes saídas da área que Nilmar muito bem executa. Mesmo com Taison, que não é um matador de grande área, o rendimento do aatque do Inter melhora sensivelmente. Mas para escalar essa dupla, Tite recuou Alex para a função pura de armador, onde ele nunca teve desempenho destacado e onde se choca com D'Alessandro, outro canhoto que prefere jogar desde a direita. Resumo da opera: perde-se um ídolo dos jovens torcedores, abre-se o caminho para a solução de um problema tático.

Contudo, há ainda um outro problema tático a ser resolvido pela comissão técnica colorada, que é fazer o time usar mais e melhor as laterais do campo para atacar. Neste aspecto, tenho muita saudade da época de Muricy, que com Elder Granja e Chiquinho fazia do Inter um time muito equilibrado e racional na forma de atacar pelos flancos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito boa análise. Faltou ao blog uma análise de mesma qualidade para a saída do mais importante jogador do SCI: Edinho. O time ainda não se acho depois da saída dele.